Transtornos em dias de chuvas em bairros sem asfalto

"Era pra eu ter ido buscar o leite cedo, mas tive que esperar a chuva diminuir um pouco". A declaração é de Érica Alencar, moradora do Jardim Canadá, em Paiçandu, que anteontem, de bicicleta, tentava desviar das enxurradas de barro que a chuva formava nas ruas do bairro, um dos muitos da cidade que enfrentam a falta de asfalto. Os moradores se queixam que quando chove, fica muito difícil sair de casa e fazer as atividades rotineiras.
Quando não chove, a poeira incomoda e os buracos dificultam a locomoção e causam grande desgaste nos veículos. 
Morador do bairro há 17 anos, Rubens Picolli conta que a reivindicação para que as ruas sejam asfaltadas é antiga e que as promessas de melhoria até hoje não foram cumpridas.
Dono de um mercado na Rua Texas, Picolli conta que a chuva atrapalha as entregas e que a poeira demanda muita faxina no estabelecimento. Diante da rua alagada e cheia de barro, comenta que a situação costuma ser pior nos dias de chuva. "Hoje o que vocês estão vendo é pouco, está tranquilo. Geralmente é muito pior."
As obras, se realizadas, melhorariam a qualidade de vida dos moradores do bairro. Em especial, de moradores como Edileusa Fátima dos Santos. Ela conta que está tentando construir um muro mais alto para diminuir o incômodo causado pela poeira.
Mas, para ela, esse não é o maior dos problemas causados pela falta de asfalto. A mãe dela é cadeirante, em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC). "Com as ruas desse jeito eu nem consigo sair de casa com a minha mãe. A gente tem esperança de que esse problema seja resolvido o quanto antes."

PAC 2
Segundo o secretário de Planejamento de Paiçandu, Wiliam Amadeu Izepão, o problema é de conhecimento da prefeitura, mas não é possível realizar as melhorias sem recursos do Estado ou da União. "Com recursos próprios, a gente não consegue realizar as obras", afirma. 
Paiçandu já foi pré-selecionada pelos técnicos do Ministério das Cidades para receber recursos da nova fase do Programa de Aceleração de Crescimento 2 (PAC 2). O projeto pré-aprovado contempla melhorias nos Jardins Canadá e Santa Paula. Se for aprovado, o município deve receber aproximadamente R$ 6,5 milhões, destinados à obras de galeria para drenagem, construção de asfalto e calçadas com acessibilidade. 

Mais bairros
O problema da falta de galerias, pavimentação e estrutura adequada à mobilidade urbana não se restringe aos Jardins Canadá e Santa Paula. De acordo com a prefeitura, a verba necessária para realização das mesmas obras nos jardins Bela Vista, Santa Mônica, Itaipu e Capital passaria de R$ 12,2 milhões. Em março do ano que vem, está previsto o início das obras de pavimentação e acessibilidade urbana nos Jardins Alvorada, Santo Antônio e a terceira etapa de revitalização do Jardim Santa Luzia.

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