Moradora Escreve Carta Lutando por uma Paiçandu melhor

A carta que nos foi enviada é da moradora Nilséia Lopes. Em tantos desencontros que nossa cidade vive, ela esclarece em suas palavras que está a frente da mobilização que busca pela paz, pelo sossego, o direito  do  descanso que merecem. Que crê na Justiça de Deus e da humana também. (...Somos fruto desse chão, e aqui queremos ficar!).  A carta é em relação a pertubação de sossego da Avenida Curitiba. Segue a carta: (Clique no link "mais informações" para ler a completa)

Se estou a frente de uma mobilização, buscando garantir o direito sobre a questão do sossego alheio, faço não por egoísmo, ou por oportunismo, nem mesmo para ganhar mérito nenhum para minha pessoa. Mas estou a frente como uma pessoa cristã, que crê firmemente no propósito de Cristo Jesus. Creio na Justiça Divina e também humana.
Vejo como muitos moradores do bairro em que moro, Jardim Brasília, mas também do jardim Maringá e os que moram principalmente na Avenida Curitiba, como todos nós , famílias , temos sofrido com a perturbação do sossego.
Ouço muitos que aqui moram vir a mim e reclamarem do barulho estridente, da falta de limites de alguns que se sentem no direito de usarem o nosso espaço, o qual pagamos com muito sacrifício, e vem aqui para nos incomodar, não só com o barulho intolerável dos carros mas com toda a algazarra que fazem para tirar a nossa paz.
Fico indignada com àqueles que colocam as mesas nas calçadas públicas, e até mesmo residenciais ,pois impedem as pessoas de passarem , muitos são idosos, mães com carrinhos de bebês, pessoas que aos domingos vão à Missa, tendo que disputar um lugarzinho na calçada ocupada pelas mesas, não sendo possível, têm que arriscar a vida, na avenida movimentada pelos carros e motos.
Fico indignada porque todas as semanas , vemos nossos quintais, ruas, datas , esparramados muitos, mas muitos copos descartáveis, que ficam espalhados, com restos de bebidas da noite anterior, ninguém , além de nós moradores, limpam, e os copos ficam por ai, emporcalhando a cidade.

Fico indignada porque sentimos o mau-cheiro insuportável das” mixadas” dos marmanjos que não se intimidam com quem pode estar passando e fazem dos nossos muros seus banheiros particulares. Alguns usam até as portas de algumas lojas e alguns portões para vomitarem, deixando a sujeira para o outro limpar, se assim quiser que fique limpo o seu espaço. 
É constrangedor e inadmissível vermos a despreocupação de muitos jovens , a olhos vistos, às claras, que usam a frente das nossas casas, para usarem essa desgraça mortal de drogas, quantas de nossas crianças ,nossos filhos, que estão em casa presenciando essas cenas, que são piores do que filme de terror.
Vejo moradores daqui, que após anos de luta e trabalho, e que agora podendo ter o seu direito ao sossego, ter que se ver dopados de remédios para tentar, ao menos cochilar um pouco, depois das 3 horas da manhã, e isso não só às vezes , mas todas as semanas.
Ouço muitos doentes daqui reclamarem que não conseguem mais dormir e que consequentemente estão tendo a saúde mais abalada ainda. Muitos de nós, como eu também ,tomando calmantes para suportar as noites barulhentas e as constantes algazarras. 
Vejo que a prioridade nessa cidade são para aqueles que vêm de fora, bagunçar, tirar nossa paz e nosso sossego.
Ouço o discurso de que são jovens e que nessa cidade não há lugar para eles ficarem e se divertirem, então dessa forma , eles optam em usar as nossas calçadas, a frente das nossas casas, as quais tornaram-se o lugar escolhido para a diversão desses jovens que não tem o mínimo de respeito por quem mora do outro lado do muro.
Fico indignada sim, com os horrores noturnos das 6ª feiras , recentemente também dos sábados e domingos.
Fico indignada com jovens sem limites que nas noites e madrugadas passam com o carro com volume alto acordando àqueles que dormem depois de dia exaustivo de trabalho, de bebês e idosos que necessitam do repouso para a sua saúde. Então paro e penso: “o que será que estão ganhando aumentando tanto o volume do som para acordar uma cidade”.
Fico indignada sim com pessoas que querem ganhar a vida, ganhar dinheiro às custas da desgraça de tantos jovens e a desgraça de tantas famílias, pois tantos pais vendo seus filhos se perderem nos vícios.
Fico indignada ao ver que esses jovens que poderiam ter um futuro melhor pela frente , estão se acabando aos poucos ,a cada sexta-feira nessa “infernal” avenida que se tornou.
Jovens entregues ao exagero das bebidas e das drogas.Meninas tão novinhas e já entregues a uma vida deturpada e desviada.
Fico preocupada com o que será desses nossos jovens, que poderiam aproveitar a vida com certeza, mas de maneira mais sadia, mais humana, mais inteligente.
Fico pensando: Onde está a falha afinal?
Quem está errando na educação e condução desses jovens?

E como cristã não posso e não vou me calar.
Estou em busca de assegurar nossos direitos adquiridos pela Lei Federal, Estadual e Municipal, e farei tudo para cobrá-las de quem for responsável para fazer cumprir o que se é de direito.
Estou lutando em prol das famílias, a base de toda formação humana.
Estou lutando por àqueles que se amedrontam frente a ameaças.
Sei, com convicção , que não estou só nessa luta, tenho o apoio de todas as famílias dignas e respeitosas desses bairros, que aqui moramos por escolha .

E para àqueles que nos dizem : “ os incomodados que se mudem”. Vai um recado: não vamos nos mudar não, pois quem tem que sair são àqueles que aqui estão para perturbar, porque quem pagou nossa casa, nosso terreno, nossos impostos fomos nós, e justamente com o suor digno do nosso trabalho.
Então quem tem que se retirar, são os que estão incomodando e não os incomodados.

Peço a Deus Pai que proteja nossas famílias ! 
Somos fruto desse chão, e aqui queremos ficar!

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