Professora Inova em aula de Literatura - Alunos Aprendem o Literário Augusto dos Anjos no Cemitério

Imaginem fazer uma aula prática de português no cemitério. Assim foi a ideia da professora de Português Nilseia Charal Lopes de Paiçandu. Com a literatura de Augusto dos Anjos, a professora inovou e dinamizou as aulas práticas, e os alunos aprovaram.
O trabalho fez parte do projeto de apoio à gestão escolar, no qual foi  intitulado "Existe Lirismo em Augusto dos Anjos, o Poeta do mau gosto?", com os alunos do terceiro ano do período da manhã, do colégio Estadual Vercindes Gerotto dos Reis.
Foram desenvolvidos análise de pinturas, músicas, filmes, relatos de experiência, análise de poesias. Como também a encenação das poesias do autor no cemitério de Paiçandu, finalizando com o desenvolvimento do Sarau Literário, na noite do dia 28 de Maio na própria escola.
 A professora Nilseia  conta que o tema do trabalho foi a morte. "Que é vista pelo poeta Augusto dos Anjos, como o fim da matéria, a carne que é roída pelos vermes, a putrefação da carne, a realidade da matéria após a morte.
Augusto dos Anjos teve uma visão pessimista, por viver a morte e a retratá-la em suas poesias como fuga da matéria"- enaltece.
A professora ainda destaca que a escolha por esta temática, primeiro foi, o gosto pessoal pelo poeta Augusto dos Anjos, e por ser considerado pela critica como o poeta do "mau gosto", pelos termos que ele usa, e por ser irreverente, chocante, e com isso, escolhi o poeta que fala da morte de forma real, clara, direta, mas também espiritual. "O tema morte é universal, mexe com os sentidos, com os sentimentos e meu intuito foi realmente o de despertar nos alunos, não só, o gosto poético, mas também, mexer com a sensibilidade, deles, já que os alunos, dificilmente gostam do gênero poesia, quis apostar nesta escolha e deu certo" - ressalta. 
Já os alunos no primeiro momento acharam a ideia que meia "maluca" e "doida", mas ao desenvolver os trabalhos se empolgaram, tomaram a causa pelo literário, e desempenharam com entusiasmo o trabalho inédito na cidade.
Quem conta para nós é a aluna do 3°A, Jéssica Bocon: Desde o  momento em que me foi apresentado o trabalho, senti receio da professora nova, e devo admitir que a julguei “doida” e até meio ‘maluca”, mas quando comecei a entender o que ela realmente queria nos passar , minhas definições a ela passaram para “brilhante’ e uma excelente professora. Realizar a encenação no cemitério foi algo que jamais esquecerei,  a sensação que tive , foi que Augusto dos Anjos estava ali presente, com toda a sua dor, com toda a sua genealidade".
Para a aluna Andressa dos Santos Gava do 3°A, foi uma experiência espetacular. Mostrando que a única certeza da vida é a morte, e que temos encarará-la do jeito real, para que possamos aceita-la. Veja o que ela diz:
"Particularmente, no início  do trabalho pensei que era loucura,  a professora querendo nos levar no cemitério. Mas, como ser humano, me enganei. A professora  cativa, nós alunos, a ter interesse de aprender e durante a realização desse trabalho, senti uma diferença muito grande no meu aprendizado, senti que aprendi muito mais. O trabalho trata de um tema forte e por isso mexe com o psicológico de algumas pessoas. Entendi o contexto  histórico referente ao conteúdo, e além disso, aprendi a entender o poema. Para mim, foi uma experiência espetacular, mostrou que a única certeza da vida é a morte, e que temos que encará-la do jeito real, para que possamos aceita-la. Confesso que eu não gostava muito de poemas, mas graças ao esforço e a dedicação da ´professora, hoje  passei a gostar e além de tudo a admirar e a entender a mensagem que a poesia nos traz".
Com os trabalhos práticos, a dinâmica da aula no cemitério, inclusive nas madrugadas, foi tema de reportagem em telejornal e destaque nas redes sociais.
De modo geral os alunos se doaram ao lirismo do Augusto dos Anjos, participando assim de forma bem diferente, a tomar gosto pela literatura.

Alunos que participaram do projeto de literatura de Augusto dos Anjos

Sarau literário no Colégio Vercindes


Aula no cemitério. Com encenação de um velório.

Suas poesias narravam se sobre a morte

A carne é roída pelos vermes  - Assim pensava Augusto dos Anjos

Aulas práticas com direito a caixão e defunto - Encenação.

O cemitério foi o lugar para a didática da literatura

Alunos se empenharam na ideia 

o lirismo de Augusto dos Anjos: A morte

Aulas práticas foram desenvolvidas durante a madrugada no cemitério


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